Anjo da Guarda, Mentor Espiritual, Guia espiritual… É um monte de nome pra definir uma única coisa. Por que tantas definições, adjetivos? Sei não, isso deve ter alguma relação com as religiões. Nada nos resta a não ser pesquisar o Oráculo (é como eu chamo carinhosamente o Google).
Ele não tarda a responder. É por aí mesmo: advém da tradição cristã, hebraica e islâmica. Serve de mensageiro entre Deus e os homens. Na Inglaterra desde o ano 800 acontecia uma festa dedicada aos Anjos da Guarda e a partir do ano 1111 surgiu uma oração. Da Inglaterra esta festa se estendeu de maneira universal depois do ano 1608 por iniciativa do Sumo Pontífice da época. O dia do anjo da guarda é comemorado no dia 28 de maio.
Na Revista Espírita de 1858, dirigida por Alan Kardec, vemos a definição:
PRIMEIRA ORDEM – PUROS ESPÍRITOS
Caracteres gerais. – Influência da matéria nula. Superioridade intelectual e moral absoluta com relação aos Espíritos de outras ordens.
Primeira classe. Classe única. – Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição, da qual a criatura é suscetível, não têm mais a suportar nem provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à encarnação em corpos perecíveis, para eles, é a vida eterna que cumprem no seio de Deus. Gozam de uma felicidade inalterável, porque não estão sujeitos nem às necessidades, nem às vicissitudes da vida material; mas essa felicidade não é a de uma ociosidade monótona passada numa contemplação perpétua. São os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, os ajudam a se aperfeiçoarem e lhes assinalam a sua missão. Assistir os homens em sua aflição, excitá-los ao bem, ou à expiação das faltas que os distanciam da felicidade suprema, para eles, é uma doce ocupação. São designados, algumas vezes, sob o nome de anjos, arcanjos ou serafins.
Os homens podem entrar em comunicação com eles, mas bem presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los, constantemente, às suas ordens.
Três histórias de anjos:
A conversa no céu
Abd Mubarak ia até Meca, quando sonhou certa noite que estava no céu. Ali, pode escutar dois anjos conversando.
“Quantos peregrinos vieram este ano à cidade sagrada?” Perguntou um deles.
“Seiscentos mil”, respondeu o outro.
“E, destes todos, quantos tiveram sua peregrinação aceita?”
“Nenhum. Entretanto, existe em Bagdad um sapateiro chamado Ali Mufiq, que não efetuou a caminhada; mas sua peregrinação foi aceita, e suas graças beneficiaram os 600 mil peregrinos”.
Quando acordou, Abd Mubarak foi até a sapataria de Mufiq, e lhe contou o sonho.
“A custa de grandes sacrifícios, terminei juntando 350 moedas”, disse, chorando, o sapateiro. “Entretanto, quando estava pronto para seguir até Meca, descobri que meus vizinhos tinham fome. Distribuí o dinheiro entre eles, sacrificando minha peregrinação”.
O mendigo e o monge
Um monge meditava no deserto, quando um mendigo se aproximou:
“Preciso comer”.
O monge – que estava quase em sintonia perfeita com o mundo espiritual – não respondeu nada.
“Preciso comer”, insistiu o mendigo.
“Vá até a cidade e peça aos outros. Não vê que me atrapalha? Estou tentando comunicar-me com os anjos”.
“Deus se colocou debaixo do homem, lavou seus pés, deu sua vida, e ninguém o reconheceu”, respondeu o mendigo. “Aquele que diz amar a Deus – que não vê – e esquece o seu irmão – que vê – está mentindo”.
E o mendigo transformou-se num anjo.
“Que pena, você quase conseguiu”, comentou antes de partir.
Condenando o irmão
O abade Isaac de Tebas estava no pátio do mosteiro rezando, quando viu um dos monges cometer um pecado. Furioso, interrompeu sua oração, e condenou o pecador. Naquela noite, foi impedido de voltar a sua cela por um anjo, que lhe disse: “você condenou seu irmão, mas não disse que castigo devemos aplicar: as penas do inferno? Uma doença terrível ainda nesta vida? Alguns tormentos em sua família?”
Isaac ajoelhou-se e pediu perdão: “atirei as palavras no ar, e um anjo escutou-as. Eu pequei por falta de responsabilidade com o que digo. Esquece minha ira, Senhor, e me faz ter mais cuidado ao julgar o meu próximo”.
Como não poderia deixar de ser, um vídeo para ilustrar a proteção divina:
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